No dia 18 de setembro de 2016, o Grêmio anunciava oficialmente o retorno de Renato Portaluppi ao comando técnico pela terceira vez. Exatos quatro anos depois, o treinador talvez tenha presenciado algo inédito nessa sua passagem pelo clube. Ao desembarcar ontem em Porto Alegre depois da derrota para a Universidad Católica, quarta-feira, a delegação foi recebida com um protesto de dezenas de torcedores na Arena. Uma cena poucas vezes vista nas temporadas recentes, mas que chega no momento em que o time atravessa péssima fase dentro de campo.
O revés sofrido no Chile em jogo da Libertadores aumentou e muito a pressão em cima dos jogadores, da comissão técnica e dos dirigentes do Grêmio. “Não é mole não, ganhar Gre-Nal virou obrigação”, gritavam os cerca de 50 torcedores que protestavam na Arena. Eles exibiram uma faixa com a pergunta: “Cadê o futebol do Grêmio?”. Um questionamento que é feito pela imprensa de todo o país. “Não me leve a mal, tem que ter raça para jogar no Imortal”, diziam os mesmos torcedores. Em outra faixa estava estampada a frase: “Time sem vontade”.
Desde a retomada do futebol, em agosto, o Grêmio acumula 17 jogos, com seis vitórias, oito empates e três derrotas. E o que incomoda a torcida é o desempenho da equipe, a fraca campanha do Campeonato Brasileiro, a falta de soluções, a demora nas contratações, o excesso de lesões, entre outros fatores. Ou seja, um conjunto de situações que tem levado o Grêmio a ser cada vez mais questionado. Nesse período pós-paralisação, os únicos jogos em que o nível de atuação pode ser considerado satisfatório são os Gre-Nais do Gauchão e o empate com o Flamengo no Maracanã pelo Campeonato Brasileiro.
CP