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Cruz Alta completa hoje 324 anos de emancipação

Cruz Alta é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se a uma latitude 28º 38 ’19” sul e a uma longitude 53º 36′ 23″ oeste, com altitude média de 452 metros do nível do mar.

É conhecido como município do Guarany, dos Tropeiros e de Érico Veríssimo. O acesso à cidade se dá pela BR-158, no eixo norte-sul, pela BR-377, a leste, e também pela RS-342, a oeste.

O município se localiza num entroncamento rodoferroviário na região centro-norte do estado, contando também com a presença de um porto seco no nordeste da cidade.

História

A história de Cruz Alta remonta ao final do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erguida a mando do padre jesuíta Anton Sepp Von Rechegg, em 1698, logo após a fundação de São João Batista nos Sete Povos das Missões.

Mais tarde, com a celebração do Tratado de Santo Ildefonso em 1777, e a criação da linha divisória dos Campos Neutrais que separava as terras do Reino da Espanha as do Reino de Portugal, aonde cortava o grande território pelos divisores de água exatamente por esse local onde existia a grande cruz e uma pequena Capela do Menino Jesus.

A partir de então, este imenso “corredor”, recebeu um grande fluxo de pessoas das mais variadas atividades, como comerciantes, desertores do exército, contrabandistas, imigrantes, etc.

A cruz alta tornou-se ponto de invernada para milhares de animais e um grande pouso para os tropeiros oriundos de Sorocaba na Capitania de São Paulo, após a compra dos animais na região de Corrientes, hoje a Argentina, retornavam em direção até a Feira de Sorocaba para comercialização dos animais muares (mulas). Tornando-se uma das rotas mais conhecidas do Tropeirismo.

O local consolidou-se ainda no final do século XVIII como “Pouso da Cruz Alta” dos tropeiros paulistas, estes homens que eram conhecidos pelos gaúchos primitivos como Biriva, e muitos passaram a residir nas proximidades, até que, no início do século XIX, depois de uma tentativa sem sucesso, mudaram-se então mais para o norte, estabelecendo-se onde hoje está a cidade de Cruz Alta, cuja fundação se deu no dia 18 de agosto de 1821 em resposta a uma petição feita pelos moradores.

A água das vertentes do Arroio Panelinha, que abastecia os viajantes, deu origem à “Lenda da Panelinha”, que prega o retorno a Cruz Alta daqueles que em suas águas saciarem a sede. Cruz Alta foi criada por uma Resolução Imperial em 11 de março de 1833, pelo Presidente da Província da época, Manuel Antônio Galvão.

Tornou-se então uma das maiores e mais importantes Vila da Província, quando foi desmembrado de Rio Pardo (um dos quatro municípios iniciais da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul).

Cruz Alta foi elemento importante em alguns dos principais acontecimentos que a Província vivenciou, como, por exemplo, na Revolução Farroupilha, quando a Vila recém criada foi alvo de incursões militares e especulações políticas em sua Câmara de Vereadores, além de receber o Alto Comando Farrapo em janeiro de 1841 com a presença de Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi e David Canabarro.

Já na Guerra do Paraguai, Cruz Alta forneceu vários voluntários da pátria, que lutaram sob o comando do Coronel Jango Vidal e do Brigadeiro José Gomes Portinho (depois agraciado com o título de Barão da Cruz Alta) nas Companhias de Voluntários nºs 19 e 40 e da 4ª Divisão de Cavalaria.

Em 14 de julho de 1856 foi fundada a Loja Maçônica Harmonia Cruz-Altense, com 18 membros influentes na sociedade. A partir de 1870, os movimentos ocorridos na Vila em favor da abolição da escravidão culminaram, em 30 de agosto de 1884, na extinção do escravismo dentro de suas fronteiras[8].

Em 12 de abril de 1879, a Lei nº 1075, elevou a categoria de Cruz Alta de Vila para Cidade. Em maio de 1879, a cidade passou a contar com serviços de telégrafo. Durante a Revolução de 1893, o município foi apelidado de “Ninho dos Pica-paus”, sendo um dos mais importantes palcos dos acontecimentos, e também o lugar onde a prática da degola neste período foi mais intensa.

Cruz Alta foi atacada em 26 de agosto de 1894 pelas tropas maragatas sob o comando de Aparício Saraiva, irmão de Gumercindo Saraiva (morto dias antes em Carovi, perto de Santiago), com aproximadamente 1.500 homens.

A cidade foi atacada por oito horas sem tréguas. Já na Revolução de 1923, hordas de tropas circulavam incessantemente por seu território, depois dos alinhavados permeados de conchavos registrados nas dezenas de correspondências trocadas entre Borges de Medeiros e Firmino de Paula e Silva para maquinar os destinos da Revolução.

De Cruz Alta, outrora com um imenso território, originaram-se 242 municípios, que se subdividiram ainda mais ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. Alguns municípios filhos de Cruz Alta são: Passo Fundo (1857), Santa Maria (1857), Santo Ângelo (1873), Palmeira das Missões (1874), Vila Rica (hoje Júlio de Castilhos, 1891), Ijuí (1912), Panambi (1954), Ibirubá (1954), Fortaleza dos Valos (1982), Boa Vista do Cadeado (1996), Boa Vista do Incra (1996), entre outros.

Importantes personalidades gaúchas nasceram em Cruz Alta, como o escritor Erico Veríssimo, o político Júlio de Castilhos, o senador José Gomes Pinheiro Machado, os generais Salvador Pinheiro Machado, Firmino de Paula, Leônidas Pires Gonçalves e Eduardo Villas Bôas, o médico Heitor Annes Dias, o poeta Heitor Saldanha, o jornalista Justino Martins, e o artista plástico Saint Clair Cemin.

Geografia

O município pertence à Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e à Microrregião de Cruz Alta. Localiza-se a uma latitude 28º 38 ’19” sul e a uma longitude 53º 36′ 23″ oeste, com altitude média de 452 metros do nível do mar.

O acesso à cidade se dá pela BR-158, no eixo norte-sul, pela BR-377, a leste, e também pela RS-342, a oeste. A localização do município tem uma importância estratégica, sendo considerado como um importante tronco rodoferroviário na região centro-norte do estado, com a presença de um porto seco no nordeste da cidade.

Clima

Considerando a localização na Região Sul do Brasil, Cruz Alta apresenta clima subtropical, com as quatro estações do ano bem definidas. A temperatura máxima chega a 30 °C em dezembro e a mínima cai para 9 °C nos meses de junho e julho.

Apresenta uma grande amplitude térmica, considerando todo o ano, de 20 °C. O índice pluviométrico bem distribuído ao longo do ano, com média de 1 900 milímetros (mm) anuais. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1983, 1988 a 1989 e a partir de 1991, a menor temperatura registrada em Cruz Alta foi de -4,5 °C em 7 de junho de 2012, e a maior atingiu 39,2 °C no dia 24 de janeiro de 2022.

O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 142,8 mm em 23 de setembro de 2007. Outubro de 1997 foi o mês de maior precipitação, com 617,6 mm.

Geologia

No município se predominam as rochas eruptivas básicas, principalmente o basalto da Formação Serra Geral, sendo o restante do solo proveniente da Formação Tupanciretã, composta de arenitos de finos a grosso e raros conglomerados, sendo restrita ao território gaúcho.

Hidrografia

O município apresenta pequenas bacias fluviais e pequenos rios permanentes, e se situa exatamente em cima do divisor de águas das bacias dos rios Uruguai e Jacuí.

Subdivisões

Sede

Colônia São João

Localidades

Belizário

Benjamin Nott

Capela do Cadeado

Capão Alto

Curticeira

Espinilho

Esquina Moser

Esquina São Carlos

Eurico Martelet

Fazenda Itaíba

Ivaí

Lagoão

Lajeado da Cruz

Novo Horizonte

Parada Benito

Passo da Divisa

Passo dos Alemães

Passo Novo

Ponte Queimada

Rincão Mendes

Seival

Três Capões

Urupú

Topografia

O relevo predominante do município é o ondulado. A maior altitude do relevo situa-se entre 400 e 500 metros em relação ao nível do mar. A área urbana possui altitudes que variam de 390 a 480 metros em relação ao nível do mar. Do relevo pouco acidentado, predominam as coxilhas.

Vegetação

A vegetação é geralmente rasteira, com grandes extensões de campos. As matas silvestres estão concentradas em capões e restingas.

Economia

Segundo dados do IBGE, o PIB do município, no ano de 2004, foi de R$ 637.533.000,00. No mesmo ano o PIB per capita foi de R$ 9.301,00, abaixo da média do estado, que é de R$ 13.320,00.

A economia do município baseia-se em um forte setor primário, através da produção do trigo, soja e milho. O crescimento forte do PIB entre os anos de 2002 e 2003 pode ser atribuído a desvalorização cambial em relação ao dólar.

Essa desvalorização permite o aumento das exportações de grãos produzidos no município, gerando um crescimento no PIB. Essa dependência de fatores externos juntamente com a incerteza das safras de grãos torna a economia do município muito instável.

Cultura

Centros de Tradições Gaúchas

Os Centros de Tradições Gaúchas “C.T.G.” são os principais locais onde os tradicionalistas gaúchos se reúnem para o cultivo e a divulgação da cultura gaúcha. Existem 3 centros no município, além de vários piquetes independentes.

C.T.G. Querência da Serra

C.T.G. Rodeio da Saudade

C.T.G. Turíbio Veríssimo

Coxilha Nativista

É um festival do nativismo gaúcho criado em 1981, tendo no folclore e na música nativista do Rio Grande do Sul, seu principal vínculo de motivação, promoção e divulgação da cultura. É realizado anualmente no final de julho, promovido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal, completando 41 anos ininterruptos em 2021. É um dos festivais mais antigos e importantes do estado, elegeu a música vencedora da 2ª. Coxilha, “Terra Saudade”, composta por Horácio Cortes e Milton Magalhães, como Hino Temático da cidade.

Museus

Museu Histórico de Cruz Alta

Museu que abriga documentos históricos, em especial Atas da Câmara desde o ano de 1845. O local possui ainda acervo histórico de objetos, como armas da Guerra dos Farrapos, Guerra do Paraguai, Revolução Federalista, fotos, estátuas e quadros relativos à História de Cruz Alta. Localiza-se no antigo prédio da Prefeitura (Palácio da Intendência), construído em 1914.

Casa de Cultura Justino Martins

A Casa de Cultura Justino Martins, inaugurada em 19 de setembro de 1987, é o local sede da Secretaria Municipal de Cultura, abriga auditório com capacidade para 610 pessoas e espaços para exposições de arte e oficinas gratuitas de dança e teatro e música.

Neste ambiente se encontra a Biblioteca Pública Municipal Josino dos Santos Lima, contendo um acervo de milhares de Livros disponíveis a comunidade.

Casa Museu Érico Veríssimo

A Casa Museu Érico Veríssimo funciona na residência construída em 1883 onde nasceu o escritor cruz-altense. A obra do escritor é divulgada e difundida através do seu museu fundado em 1969.

No local estão expostos inúmeros objetos pessoais e o acervo original completo de suas obras. Possui um pequeno auditório para 50 pessoas onde o visitante pode assistir um documentário sobre a vida e a obra de Érico Veríssimo.

Nas terças-feiras acontece o projeto Acústico no Museu, com música ao vivo apresentando artistas locais nos mais variados gêneros musicais. A Fundação Erico Veríssimo, criada em 1986 funciona no local.

Monumentos

Marco Inicial

A cruz de concreto pintada de branco hoje existente é alusiva a que ficava no mesmo local, onde em 1698 os jesuítas ergueram uma alta cruz de madeira, como marco territorial das missões espanholas na região.

Localiza-se a 15 quilômetros ao sul de Cruz Alta, no lugar conhecido por vários nomes entre eles, Encruzilhada da Cruz Alta, Benjamin Nott ou ainda “Cruz Alta Velha”.

Memorial Lenda da Panelinha

Localizado entre a esquina das ruas General Felipe Portinho e General Andrade Neves, no centro da cidade. Um belo recanto com vertente d’água e esculturas em bronze do artista plástico cruz-altense Jorge Schroeder, retratam a mais conhecida das lendas da localidade.

Uma índia oferecendo água para um tropeiro é o fator simbólico de “quem bebe a água da Fonte da Panelinha, retornará sempre para Cruz Alta”. Conta a história que havia um arroio que se chamava Panelinha, cujas águas serviam para matar a sede dos tropeiros que levavam mercadorias do interior do Rio Grande do Sul para Sorocaba, Capitania de São Paulo.

As índias da região davam de beber a esses tropeiros e eles sempre retornavam. A partir disso foi se solidificando a crença de que “quem bebe da água da Panelinha sempre volta”. Com o passar do tempo ergueram-se casas a beira da Panelinha, e lentamente esse povoado virou cidade.

Monumento de Nossa Senhora de Fátima

Popularmente conhecida como a “Santinha”, o Monumento de Nossa Senhora de Fátima está erguido em um pedestal de 31 metros de altura. Foi inaugurado em outubro de 1952 sobre área doada por Henrique Scarpellini.

Todo ano no segundo domingo do mês de outubro, milhares de devotos de toda região vão até o monumento participar da Romaria, além de pedir e pagar Graças.

Monumento à Cuia

Um grande monumento simbolizando uma cuia estilizada, assinala um dos mais representativos objetos culturais do gaúcho. Localiza-se na Rótula Leste, nas confluências das avenidas Saturnino de Brito e Plácido de Castro.