De acordo com a MetSul Meteorologia, um ciclone extratropical está se formado no começo da manhã desta quinta (4) sobre o Oceânico Atlântico a Sudeste do Rio Grande do Sul e nas próximas horas experimentará muito rápida intensificação em um processo conhecido como ciclogênese explosiva, ou seja, o muito rápido aprofundamento de um centro de baixa pressão – ao menos 24 hPa em 24 horas.
A pressão neste sistema em alto mar até o fim do dia pode chegar a 977 ou 978 hPa, o que é atipicamente baixo pras nossas latitudes e típicos dos ciclones intensos.
Amanhã, os valores de pressão podem cair ainda mais à medida que o sistema se intensifica. Este ciclone dá origem a uma frente fria que hoje no começo do dia avançou do Centro para o Norte gaúcho com chuva que foi localmente forte a intensa com rajadas de vento em algumas cidades.
Esta frente segue agora para Santa Catarina e o Paraná com temporais e chuva isoladamente intensa hoje. O sistema frontal terá pouca atividade na maior parte dos territórios catarinense e paranaense, mas no Leste dos dois estados chegará mais forte e com maior potencial para temporais.
A rápida intensificação da baixa sobre o Atlântico traz vento mo máximo moderado (30 km/h a 50 km/h) na maioria das regiões gaúchas, acompanhando ar mais frio e seco que ingressa.
No Sul e no Leste do Estado, ao contrário, as rajadas são mais fortes e vão ficar na maioria dos pontos entre 50 km/h e 70 km/h, inclusive Porto Alegre. Nos vales, ciclones costumeiramente não trazem vento mais forte exceto no pré-frontal.
O vento mais forte vai ocorrer em alto mar (sem risco à população) e no Sul gaúcho. Em pontos do Litoral Sul, o vento pode atingir de 80 km/h a 100 km/h com chance de rajadas isoladamente superiores.
A Barra do Chuí (Santa Vitória do Palmar) já teve vento de 80 km/h às 7h desta quinta-feira e de 81,4 km/h na hora seguinte.
O vórtice do ciclone pode trazer chuva volumosa novamente hoje no Extremo Sul gaúcho, nas áreas do Chuí e Santa Vitória do Palmar.
Amanhã, o ciclone estará se distanciando, mas ainda pode provocar chuva bastante isolada no Leste gaúcho e rajadas esporádicas em alguns momentos.
O tempo seco já predominará com marcas mais amenas em muitas áreas do Rio Grande do Sul nas próximas horas, inclusive com a presença do sol em algumas regiões.
A intensa tempestade em alto mar gerará pista de vento com swell que resultará em mar agitado nas costas gaúcha e catarinense com ressaca na orla e que pode ser forte em algumas praias.
Este sistema, assim, apesar de muito intenso em alto mar, onde seus efeitos serão mais sentidos, não deve ter impacto tão grave no continente como no ciclone bomba de 30/6 e 1º/7 do ano passado.