Com 1 milhão de doses, o primeiro lote de vacinas da farmacêutica norte-americana Pfizer contra a Covid-19 enviado ao Brasil chegou ao País na noite desta quinta-feira (29).
A aeronave com o carregamento vindo de Puurs, na Bélgica, pousou às 19h30min no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O imunizante deve começar a ser distribuído para as capitais nesta sexta-feira (30).
Os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), junto com o presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, estavam no aeroporto para receber a carga.
Segundo Queiroga, a remessa faz parte do acordo firmado entre a pasta e empresa em 19 de março, prevendo 100 milhões de doses até o fim de setembro. O imunizante, que pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses com intervalo de 21 dias, já tem registro para uso definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em março deste ano, a Pfizer e a BioNTech assinaram um acordo com o governo brasileiro para o fornecimento de 100 milhões de doses da ComiRNAty até o fim do terceiro trimestre de 2021, com um cronograma de doses crescente ao longo dos próximos meses.
Como será a distribuição
Diferentemente das vacinas de Oxford/AstraZeneca e Coronavac, a ComiRNAty, vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19, exige armazenamento em temperaturas de refrigeração mais baixas, para maior durabilidade do imunizante.
A Anvisa aprovou o transporte e armazenamento a uma temperatura de -20ºC por um período único de até duas semanas. A mesma autorização já havia sido concedida nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa no Brasil.
Além disso, a vacina possui um prazo de validade de seis meses quando armazenada em temperatura de -75°C. A Pfizer disse ainda que desenvolveu uma embalagem inovadora em caixas nas quais o armazenamento da vacina a -75ºC pode se dar por 30 dias, desde que adequadamente preenchida com gelo seco.
A ComiRNAty pode ainda permanecer em refrigerador comum (entre 2º e 8ºC) por até cinco dias. “Essa nova autorização para o armazenamento de nossa vacina contra a covid-19 contribuirá para a logística de vacinação com o imunizante em um País de dimensões continentais como o Brasil”, afirma Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.
Conforme o Ministério da Saúde, a logística de distribuição das doses levará em conta as baixas temperaturas de refrigeração das doses, que chegarão ao Brasil armazenadas em caixas a uma temperatura de -70°C.
A distribuição para as 27 capitais do País deve ser iniciada entre esta sexta-feira e sábado (1º), em uma divisão proporcional e igualitária. Recebendo as vacinas armazenadas entre -25°C e -15°C, os Estados poderão conservá-las por até 14 dias.
“Por este motivo, a distribuição desse lote inicial será feita em duas etapas: primeiramente, serão enviadas aos Estados e Distrito Federal as vacinas destinadas para a primeira dose (500 mil).
Uma semana depois, as Unidades Federativas receberão os lotes para segunda dose (500 mil), respeitando o intervalo de aplicação entre uma dose e outra”, afirma a pasta.
Em razão do curto espaço de tempo, a recomendação é que essa primeira remessa com as doses da Pfizer fique restrita às capitais e, se possível, seja aplicada em unidades de saúde que possuam câmaras de refrigeração cadastradas na Anvisa.