Até hoje, foram 21 Copas e 21 bolas. No Catar, a fornecedora oficial chega com novidades que prometem mudar a dinâmica do jogo dentro e fora de campo. Veloz, sensível ao toque e conectada, a “Al Rihla” promete diminuir a demora do VAR que causa minutos de apreensão no torcedor.
O nome da bola significa “A jornada” em árabe. O termo também tem uma ligação com relatos e histórias de viagens, o que na cultura islâmica significa a “busca por conhecimento”. De fato, a Al Rihla incorporou esta ideia e traz ainda mais significados.
Sua pintura, por exemplo, foi inspirada na arquitetura e na bandeira do Catar. A ideia é proporcionar uma sensação de velocidade. Os gomos da bola foram inspirados em embarcações enraizadas na cultura da região.
Com 350km de costa, a pesca e o transporte de mercadorias foram as principais atividades econômicas do Catar antes do petróleo e do gás. A bola com 32 placas costuradas, usada desde 1970, teve sua última Copa em 2002.
Desde então, a Adidas vinha diminuindo o número de painéis. A Brazuca (Brasil 2014) e a Telstar18 (Rússia 2018) tinham seis partes iguais, mas a Al Rihla quebrou essa sequência e trouxe 20 gomos.
Outra importante evolução que as bolas das Copas têm atingido está nas microtexturas. Na Al Rihla, os sulcos têm ação determinante na sua aerodinâmica e aderência. Em bolas com menos ranhuras, o fluxo de ar causa um vácuo que as deixam mais lentas e menos precisas.
Texturas, como a da Al Rihla, aumentam a influência do fluxo de ar ao redor da bola, o que proporciona maior previsibilidade e tempo de voo. Composta apenas de ar em modelos anteriores, o interior da Al Rihla tem um sensor esférico sustentado por um sistema de cordas.
Talvez esta seja a maior inovação que uma bola já tenha tido. Alimentada por uma bateria recarregável, que pode ser carregada por indução, esta nova tecnologia envia dados 500 vezes por segundo indicando a localização em campo e sensível a cada toque que a bola recebe.
TECNOLOGIA SEMIAUTOMÁTICA PARA MARCAÇÃO DE IMPEDIMENTO
As informações da bola são enviadas para computadores ligados à sala do VAR, onde os árbitros recebem e analisam os dados em tempo real. Quando um impedimento é detectado por esta tecnologia de inteligência artificial, eles recebem um alerta na tela.
MOMENTO DO PASSE
Atualmente, os sistemas de VAR utilizam imagens de câmeras que, eventualmente, deixam os árbitros com dificuldade de identificar o momento exato em que acontece o passe. Segundo a regra, esse instante deve ser considerado quando a bola é tocada pelo jogador. O sensor da Al Rihla permite uma precisão nessa identificação.
MAPEAMENTO DA POSIÇÃO DE CADA JOGADOR
Um sistema de 12 câmeras dedicadas identifica cada jogador em campo, separando-os por time. Estas informações, juntamente com as do sensor da bola, chegam aos árbitros de maneira sincronizada, demonstrando tudo o que acontece em campo.
Como detecta extremidades dos jogadores, como mãos e pés, o sistema consegue ter uma precisão ao identificar momentos em que um está à frente do outro no momento do passe. Quando acontece um impedimento, o sistema semiautomático envia um alerta para os operadores da sala do VAR. Com isto, é possível revisar o lance com maior rapidez e avisar ao árbitro de campo para a marcação oficial.
Espectadores da transmissão e do estádio assistirão a um replay do lance com animações que explicam o que de fato ocorreu. Cheia de novidades, a Al Rihla estará em campo desde a abertura da Copa, no próximo domingo, às 13h, na partida entre Catar e Equador, até a final do dia 18 de dezembro.
Será com ela nos pés, nas mãos ou na cabeça que novos nomes entrarão para a história do futebol.
Informações: Globo Esporte