Se você é um dos 8 milhões de usuários de planos de saúde individuais ou familiares do país, atenção ao abrir sua próxima fatura. A ANS autorizou as operadoras desse tipo de plano a elevarem em até 9,63% o valor das mensalidades.
Como funcionará a cobrança? O percentual equivale a 2,4 vezes a inflação acumulada nos últimos 12 meses (que foi de 3,94%, segundo o IPCA) e pode ser aplicado a mensalidades entre maio de 2023 e abril de 2024, a depender do mês de aniversário do contrato.
Não leve susto: Contratos firmados nos meses de maio, junho e julho podem vir com cobrança retroativa relativa a esses meses já no próximo boleto. Para quem vale? O reajuste só vale para os planos individuais e familiares, que atendem cerca de 16% dos beneficiários no Brasil.
Não vale para os planos coletivos (empresariais ou por adesão), que atendem mais de 80% deles e são reajustados em negociações entre as empresas. O aumento autorizado pela ANS é inferior ao de 2022, que foi de 15,5%, a maior alta da série histórica, registrada desde 2000.
O avanço de 2022 veio após reajuste negativo (-8,19%), também inédito na série, realizado em 2021. Por que esse vaivém? Em 2020, ano em que foi decretada a pandemia de Covid 19, o setor nacional de seguros-saúde registrou lucro recorde, de R$ 18,7 bilhões, em grande parte devido ao represamento de consultas, exames e cirurgias.
A situação, porém, se inverteu de 2021 para 2022. Com a pandemia arrefecida, os usuários resolveram pôr a saúde em dia e utilizaram mais intensamente seus planos. O lucro líquido do setor caiu de R$ 3,8 bilhões para R$ 2,5 milhões.
E esses 9,63% agora? O percentual, embora acima da inflação, é mais próximo da média histórica de reajustes da ANS do que o dos 2 anos anteriores. Segundo a agência, o cálculo se baseia tanto na variação dos preços dos bens e serviços utilizados pelo setor, como na das quantidades demandadas.