O Rio Grande do Sul já registrou 11 óbitos por dengue em 2023. Desses, oito foram de pessoas com mais de 60 anos. A proporção entre os idosos também foi verificada no ano passado. Entre as 66 mortes pela doença ocorridas em 2022, 79% foram nessa faixa etária. O fato faz a SES (Secretaria Estadual da Saúde) reforçar o alerta de prevenção a essa população.
A enfermeira responsável pelo Programa de Arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti) no Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Catia Favreto, explica que os idosos estão mais sujeitos à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves da doença.
“Esses indivíduos são mais vulneráveis às complicações decorrentes de dengue, entre outros aspectos, por possuírem sistema imunológico menos eficiente e a possível existência de outras doenças crônicas associadas, além do fato de se desidratarem com mais facilidade”, afirma. “Por isso, a avaliação clínica deve ser criteriosa, a fim de evitar complicações pela demora na identificação e no tratamento da infecção grave por dengue, quando presente.”
Óbitos por dengue em 2023 por faixa etária
20 a 29 anos: 1
40 a 49 anos: 2
60 a 69 anos: 2
70 a 79 anos: 1
80 anos ou mais: 5
Óbitos por dengue em 2022 por faixa etária
1 a 4 anos: 1
10 a 14 anos: 1
30 a 39 anos: 4
40 a 49 anos: 6
50 a 59 anos: 2
60 a 69 anos: 10
70 a 79 anos: 22
80 anos ou mais: 20
As faixas etárias não citadas não registraram óbitos nos períodos considerados.
Outro dado que demostra a suscetibilidade dessa faixa etária é a comparação nas proporções entre os casos confirmados e os óbitos. Em 2022, os idosos representaram 17% dos casos e 79% dos óbitos (52 dos 66 óbitos). Neste ano (até o dia 23 de abril), a população acima dos 60 anos representa 26% dos casos confirmados e 73% entre as mortes em virtude da doença (8 entre as 11 mortes).
Atenção aos sintomas
febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
dor atrás dos olhos
dor de cabeça
dor no corpo
dor nas articulações
mal-estar geral
náusea
vômito
diarreia
manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira
Diante dos primeiros sintomas de dengue, é importante buscar atendimento médico nas Unidades de Saúde da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, pode ser realizado o diagnóstico oportuno e a eliminação dos riscos de agravamento da doença, que pode levar a óbito.
No atendimento médico, a partir de diagnóstico clínico e de exames laboratoriais, são avaliados os fatores de risco, a faixa etária da pessoa, as comorbidades e o quadro da doença. O diagnóstico de casos suspeitos deve levar em consideração as questões epidemiológicas, como, por exemplo, se o local de moradia ou trabalho do paciente está infestado pelo mosquito Aedes Aegypti ou se existem outras pessoas com dengue na região.
Sobre a doença
A dengue é uma doença infecciosa viral, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que deve ter sua proliferação controlada no ambiente. A limpeza para eliminação de criadouros com água nos pátios e quintais das residências e a aplicação de inseticida nos municípios são algumas das medidas necessárias. Para a proteção individual, a SES orienta o uso de repelentes e mosquiteiros.
Fonte: O Sul