A crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus levou o prefeito Gustavo Zanatta a lançar diversas ações de socorro ao Hospital Montenegro. De um lado, tenta convencer seus colegas do Vale do Caí a aumentarem os repasses à instituição.
De outro, usa a força política do governo para buscar mais verbas do Estado, através do credenciamento de quatro novos leitos de UTI para Covid-19. Além disso, internamente, está em análise um recurso novo de até R$ 450 mil à instituição para receber pacientes clínicos que hoje a estrutura do Município não consegue atender.
A primeira iniciativa desse novo esforço do governo foi uma audiência online com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. No encontro, intermediado pelo deputado estadual Tiago Simon (MDB), foi prometido o credenciamento de novos leitos de UTI no Hospital Montenegro destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19.
A reunião também contou com a participação da secretária municipal da Saúde, Cristina Reinheimer; e do gerente de Contratos e Convênios do Município, Sílvio Kael.
O prefeito iniciou fazendo um relatório da crise na cidade, com número crescente de novos casos e óbitos, hospitais com capacidade de atendimento esgotada e UTIs lotadas e com fila de espera.
“A situação é tão grave que podem morrer pessoas por falta de atendimento”, descreveu. Na tenda Covid, junto à Secretaria Municipal de Saúde, chegaram a ser instalados leitos de observação, que estão sempre lotados.
Os números são altos, também, porque Montenegro recebe doentes de quase 20 outras cidades da região.Arita explicou que a situação não difere da verificada nas demais regiões gaúchas e nos estados vizinhos.
Contudo, comprometeu-se em agilizar o credenciamento de pelo menos quatro novos leitos Covid para a UTI do Hospital Montenegro, que hoje possui seis nesta área, mas está com 14 pacientes internados.
O problema é que o custo de atendimento para Covid é quatro vezes maior que o de um leito convencional, o que vem acumulando grande prejuízo.A secretária também anunciou a devolução de R$ 473 mil em verbas bloqueadas em setembro e outubro do ano passado pelo não cumprimento de metas, o que aconteceu justamente por causa da pandemia.
E, ainda, o pagamento de três parcelas de serviços prestados ao Estado, com faturas já vencidas, no valor de aproximadamente R$ 860 mil.Roteiro pela região. Os valores liberados pelo Estado ajudarão o Hospital Montenegro a recompor o caixa e a pagar seus compromissos, mas não permitem os novos investimentos necessários para enfrentar a pandemia.
“É por isso que estamos visitando os prefeitos das cidades vizinhas, que utilizam os serviços do HM, mas não contribuem o suficiente para manter e estender o seu trabalho neste momento gravíssimo”, afirma Zanatta, que tem o aval do Comitê de Crise nessa iniciativa.
Durante as reuniões, o prefeito está entregando um ofício aos demais chefes do Executivo. O texto ressalta que a manutenção do bom funcionamento da instituição, que hoje trabalha para salvar a vida dos habitantes de 19 cidades do Vale do Caí, é uma obrigação de todos os municípios que fazem uso de sua estrutura.
“Cabe lembrar, também, que o HM é o estabelecimento de referência para Covid-19 e que, para retomarmos plenamente as atividades econômicas da nossa região, faz-se necessária a ampliação da rede de atendimento contra a pandemia”, conclui o texto.Nesta manhã, Zanatta esteve com os prefeitos de Tabaí, Arsênio Cardoso; e de Triunfo, Murilo Machado.
À tarde, visitará os chefes do Executivo de Maratá, Gisele Schneider; e de Brochier, Clauro Josir de Carvalho. “A receptividade foi boa até aqui. Todos enfrentam dificuldades, mas prometem ajudar”, afirma Zanatta.
O prefeito está sendo acompanhado pelo gestor de Contratos e Convênios, Silvio Kael; e o responsável pela captação de recursos, Rafael Cruz.
Informações: Acom