A Latam, empresa sediada em Santiago (Chile), apresentou sua proposta de recuperação judicial na sexta-feira passada (26), incluindo a injeção de US$ 8,19 bilhões – ou cerca de R$ 46 bilhões – no grupo por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida.
A Justiça dos Estados Unidos, local onde ocorre o processo de recuperação, avaliará a proposta da companhia aérea no dia 27 de janeiro de 2022. Segundo a Latam, após a saída da recuperação, a empresa deverá ter uma dívida total de aproximadamente US$ 7,26 bilhões e liquidez em torno de US$ 2,67 bilhões.
O grupo pretende lançar uma oferta de direitos de capital por meio da emissão de ações ordinárias no valor de US$ 800 milhões. Três classes distintas de títulos conversíveis serão emitidas pela Latam e oferecidas preferencialmente aos acionistas da companhia.
A aérea também pretende levantar U$ 500 milhões em uma nova linha de crédito rotativo e aproximadamente US$ 2,25 bilhões em financiamento de dívida por meio de novos recursos, seja por meio de um novo empréstimo a prazo ou com novos títulos.
Em decorrência do plano de recuperação judicial da Latam, a Azul comunicou que apresentou confidencialmente, em 11 de novembro, uma proposta não vinculante referente à combinação de negócios com a empresa chilena. De acordo com a Azul, a proposta incluía a prospecção de aproximadamente US$ 5 bilhões de financiamento em ações.
A participação na empresa combinada seria compartilhada entre os atuais acionistas da Azul, os credores da Latam que receberiam compensação em ações e os participantes do novo capital. Além disso, as companhias acordaram que a governança da empresa combinada seria composta por um grupo independente de conselheiros, garantindo o alinhamento entre os interesses dos acionistas.
“A Azul acredita que a proposta proporcionaria um crescimento significativo da malha aérea, com expansão no número de destinos e maior conveniência, produtos e serviços, beneficiando os clientes tanto da Azul como da Latam”, destacou a aérea em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Azul aponta que o plano autônomo apresentado pela chilena é incapaz de gerar sinergias. “Além disso, neste momento o valor da empresa no plano apresentado pela Latam é maior do que a Azul acredita ser razoável, especialmente tendo em vista as contínuas incertezas no setor, especialmente nos mercados internacionais de longa distância”, complementa.
Por outro lado, o presidente da Latam, Roberto Alvo, afirmou no último sábado (27), em entrevista coletiva com jornalistas, que a proposta recebida foi considerada incompleta e insuficiente. No pregão de sexta-feira, os papéis da Azul (AZUL4) encerraram em queda de 14,18%, a R$ 23,30, liderando as maiores perdas do Ibovespa, em dia marcado por preocupação com a descoberta uma nova cepa do coronavírus.
Em 12 meses, as ações acumulam retração de quase 40% na B3.
Informações: Infomoney