A alta dos preços, que já é sentida no bolso do consumidor em itens da cesta básica, legumes e carnes, chegou aos lanches. Segundo uma publicação no microblog Twitter, uma rede de varejo está vendendo um pacote de Doritos de 300g a R$ 21,99 e parcela o pacotinho em 3 vezes no cartão.
A publicação que já tem mais de 4 mil compartilhamentos diz: “A situação do Brasil está tão crítica que o supermercado está até permitindo o PARCELAMENTO DE UM DORITOS (é sério, meu amigo postou no stories)”. Os comentários no tuíte dão conta de outros preços pra lá de estratosféricos.
Uma internauta publicou uma foto de caixas de morango na gôndola e tascou a seguinte legenda: “13 reais numa bandeja de morango (e nem foi em mercado “chique” tipo pão de açúcar/zona sul)”. Logo depois outra pessoa (responde sobre os morangos: “No meu bairro está 15 reais”.
E outros preços surgiram na linha de respostas do Twitter. Uma outra publicação continha uma foto de um açougue que estava parcelando as compras em duas vezes. Em outra publicação um usuário publicou um vídeo que mostra uma gôndola com Nutella com alarmes antifurto. E cita: “E o cadeado na Nutella”.
De São Paulo, uma usuária postou uma foto com Doritos a R$ 28,50 e diz: “Eu moro em São Paulo, zona norte e tá assim aqui”. Mais abaixo outra pessoa colocou a foto do preço da batata frita Ruffles, que está custando R$ 28,99: “E a pérola aqui na minha cidade”.
Um outro internauta mostrou o preço de pimentões amarelos, que saem a R$ 22,90, e critica: “Eles chamam isso aqui de ‘oferta'”. A alta chegou também às populares Havaianas. No Twitter, uma usuária publicou uma foto dos chinelo de Minnie sendo vendido a R$ 79,90.
Em seguida critica: “Absurdo!!!!! Quase o preço da cesta básica!!!!!!!!!” e publica uma foto de uma cesta básica a R$ 97,90.
Alimentos são os vilões da inflação
Os alimentos se tornaram o principal vilão da inflação brasileira — os preços gerais da economia subiram 12,13% nos últimos 12 meses, mas a alimentação no domicílio (que exclui comida comprada em restaurantes) subiu 16,12%. No último mês, a alimentação e transportes responderam por 80% da alta geral dos preços no país.
Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,93), seguida por Florianópolis (R$ 772,07), Porto Alegre (R$ 768,76) e Rio de Janeiro (R$ 723,55).
Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 548,38) e João Pessoa (R$ 567,67). Com base na cesta mais cara do país, registrada em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de a R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Informações: IG