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Ibovespa supera os 127 mil pontos com commodities e PIB acima do esperado

O Ibovespa estende os ganhos do fim de maio e opera em alta nesta terça-feira (1), seguindo o otimismo sobre a recuperação econômica global que guia as principais bolsas mundiais, enquanto os Estados Unidos voltam do feriado.

A sessão também é de alta para as commodities, como minério e petróleo, em dia de reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados (Opep+).

Na agenda externa, os investidores ficam atentos aos discursos de dois membros do Fomc, Randal Quarles e Lael Brainard, que podem trazer novas sinalizações sobre as intenções do banco central dos EUA, o Federal Reserve, sobre a retirada futura dos estímulos à economia.

Por aqui, destaque para o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre, que registrou alta de 1,2% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com o quarto trimestre de 2020 e de 1% na comparação com igual período do ano passado.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa, segundo projeções da Refinitiv, era de que o PIB brasileiro tivesse crescimento de 1% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com os três meses anteriores.

A mediana das expectativas era de alta de 0,8% na atividade econômica no primeiro trimestre de 2021 frente o mesmo período de 2020. No noticiário político, nesta terça a médica Nise Yamaguchi falará à CPI da Covid.

Enquanto isso, no Congresso, seguem as discussões sobre a reforma administrativa, conforme os presidentes da Câmara e do Senado divergem sobre o avanço do projeto.

Às 10h15 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha alta de 1,06%, a 127.553 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial opera em queda de 1,12% a R$ 5,166 na compra e a R$ 5,167 na venda, caminhando para sua mínima do ano.

Já o dólar futuro com vencimento em julho registra baixa de 1,13% a R$ 5,172. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe um ponto-base a 5,10%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de um ponto-base a 6,71%, o DI para janeiro de 2025 recua quatro pontos-base a 7,86% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de oito pontos-base a 8,41%.

No exterior, os índices futuros americanos têm leves altas nesta terça, com a reabertura das bolsas após o feriado de Memorial Day. As últimas sessões de maio foram marcadas pela divulgação de indicadores positivos relativos ao mês.

Em maio, o Dow fechou o mês de maio com alta de 1,93% e o S&P 500, com alta de 0,55%, a uma distância de apenas 0,8% de seu patamar recorde. O índice Nasdaq fechou a sexta-feira com alta de 2,06% na semana.

No mês, no entanto, o índice, que é marcado por ações de tecnologia, fechou com queda de 1,53%, interrompendo uma série de seis meses de ganhos. Apesar dos indicadores de inflação forte, o Fed continua relutante em alterar sua política.

O banco central americano continua a comprar ao menos US$ 120 bilhões em títulos todos os meses, e mantém as taxas de juros de curto prazo para empréstimos ancoradas próximo a zero, mesmo com a economia em ascensão.

Os membros do Fed vêm indicando que enxergam a pressão sobre os preços como temporária, causada por problemas nas cadeias de fornecimento e comparações com o ano anterior, quando a economia permaneceu em grande medida fechada.

As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em altas na terça, quando foi divulgado o índice PMI (Índice do Gerente de Compras) Caixin/Markit de manufatura da China, que marcou 52 pontos, acima da expectativa de uma leitura de 51,9 pontos de analistas ouvidos pela agência internacional de notícias Reuters.

O índice de abril havia pontuado 51,9 pontos. Além disso, o PMI oficial relativo a maio, divulgado na segunda, marcou 51 pontos, levemente abaixo dos 51,1 pontos esperados por analistas ouvidos pela Reuters.

Qualquer valor acima de 50 pontos indica expansão; abaixo, retração. Na segunda-feira, as principais bolsas europeias fecharam em baixas, após uma sessão amena, marcada por feriados nacionais no Reino Unido e nos EUA e por dados sobre inflação na Alemanha e na Espanha.

Nesta terça, o otimismo com a recuperação da economia da região contribui para que as bolsas europeias tenham altas, depois de acumularem em maio seu quarto mês consecutivo de ganhos.

O índice PMI IHS Markit final de manufatura relativo a maio indicou que a atividade na Zona do Euro atingiu o patamar recorde de 63,1 pontos, frente a 62,9 pontos em abril, superando a estimativa inicial de 62,8 pontos.

No Reino Unido, a atividade fabril subiu a 65,6 pontos em maio, frente a 60,9 pontos em abril, a alta mais acentuada desde o início do registro do indicador, e um sinal de ressurgência da indústria do país com novos pedidos.

Nesta terça, o índice Eurostoxx, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, sobe 0,9%, atingindo um novo patamar recordes.

O setor de recursos básicos lidera os ganhos, com alta de 3,2%. Todos os setores e principais bolsas operam em território positivo. Na segunda, a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, propôs que turistas vacinados sejam eximidos de realizar medidas de testagem ou quarentena enquanto estiverem viajando entre países europeus.

O movimento a favor do afrouxamento de restrições de viagens vem em meio ao avanço da vacinação no continente. No mercado de commodities, o contrato futuro para agosto do petróleo brent superou os US$ 70 o barril com as perspectivas otimistas para a demanda de combustível durante a temporada de verão nos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo.

Os preços também aceleraram depois dos dados da China mostrando que a atividade fabril teve uma expansão mais rápida este ano. A sessão também marca a reunião da Opep+, mas um comunicado da organização que prevê a redução rápida de estoques no segundo semestre também impacta o preço da commodity.

A sessão também é de alta para o minério de ferro, cujo contrato futuro tem salto na Bolsa de Dalian. O minério de ferro reage a notícia da agência Caixin de que a autoridade ambiental da região chinesa de Tangshan, que concentra parte importante de siderúrgicas no país, discute amenizar as restrições à produção local de aço.

Covid no Brasil

Na segunda (31), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.849, queda de 5% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 874 mortes. ]

Durante todo o mês de maio morreram 58.679 pessoas. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 60.934, queda de 5% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 34.960 casos.

45.697.957 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 21,58% da população. A segunda dose foi aplicada em 22.189.211 pessoas, ou 10,48% da população.

Dados levantados pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) mostram que, entre 1º de janeiro e 17 abril, morreram 64% mais brasileiros do que o esperado para o período, a maioria entre homens até 59 anos.

Os dados levantados pelo painel com base nos dados no Portal da Transparência do Registro Civil mostram que em três meses e meio de 2021, 211.847 pessoas morreram de causa naturais mau funcionamento do organismo ou doenças, incluindo a Covid-19 além da projeção da série histórica de mortalidade para esse período.

De acordo com o Conass, o número de mortes já era bem superior à projeção em janeiro deste ano, quando foi 36% maior que o previsto. A tendência se manteve nos meses seguintes e acelerou entre a metade de fevereiro e o início de abril, quando passou de 40% além do esperado para 117%.

Em 2020, o excesso de mortalidade durante todo o primeiro ano da pandemia no país, foi de 22%, ou 275.587 pessoas. O Painel aponta que as mortes não esperadas podem ser reflexo não apenas da Covid-19, mas de atraso no diagnóstico e tratamento de outras doenças, tanto pelo colapso do sistema de saúde quando pelas pessoas evitarem buscar atendimento em meio à pandemia.

Na manhã de terça-feira, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) anunciou que a Copa América deverá ser sediada no Brasil. Ao comunicar a decisão, a entidade agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O anúncio ocorreu horas após a Conmebol suspender a Argentina como sede do evento, previsto para iniciar em 13 de junho, por conta da pandemia de Covid no país.

Além disso, no dia 20 de maio a Colômbia pediu o adiamento da competição, já que o país passa por enormes protestos populares. A Conmebol decidiu excluir o país e manter a competição.

Com a transferência do torneio da Argentina para o Brasil, o país tende a assimilar aglomerações que aconteceriam no país vizinho. Consequentemente, a expectativa é de que o torneio contribua para impulsionar o número de casos de Covid, o que vem gerando críticas por parte de pesquisadores da área de saúde.

Mais tarde na segunda, o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, lembrou que já estão em curso outros campeonatos no país, e amenizou a informação repassada pela Conmebol, afirmando que a possibilidade de o Brasil sediar a Copa América ainda está em processo de negociação.

E que pode haver uma definição nesta terça-feira. O ministro explicou que a demanda ocorreu via CBF (Confederação Brasileira de Futebol), destacou que o evento é privado e que os jogos seriam realizados sem a presença de público.

Nesta terça-feira, a médica Nise Yamaguchi falará à CPI da Covid. Ela é defensora do chamado “tratamento precoce” (conjunto de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada contra a Covid que vêm sendo defendidos pelo governo), inclusive a cloroquina, remédio indicado para tratar o protozoário causador da malária.

Senadores deverão questioná-la sobre como surgiu a ideia de alterar a bula da cloroquina para que pudesse ser utilizada contra a Covid, apesar de não haver comprovação de sua eficácia contra o coronavírus.

O diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, afirmou que Nise apoiou a proposta discutida no Palácio do Planalto. Os senadores também devem questioná-la sobre a existência de um suposto “gabinete paralelo da Saúde”, formado pela médica e outras figuras que teriam aconselhado o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.

Crise hídrica, BC sobre economia e reforma administrativa

O representante do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) solicitou que o órgão adote medidas para “verificar a suficiência e a adequação das ações governamentais na gestão da crise hídrica brasileira em curso”.

Segundo documento, assinado pelo subprocurador geral Lucas Rocha Furtado, o MP junto ao TCU quer também que a corte solicite ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) “que apresente um plano de contingência para prevenção de um possível apagão”.

A manifestação vem após o governo ter emitido na semana passada um alerta de emergência hídrica para o período entre junho e setembro em cinco estados. Antes, o intervalo de setembro a maio já havia registrado as piores chuvas em 91 anos nas área das hidrelétricas, principal fonte de energia do país.

Além disso, na segunda-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ao Fórum de Investimentos Brasil 2021, organizado pelo governo, que os indicadores antecedentes mostram que a economia brasileira teve uma melhora no primeiro trimestre e que o segundo trimestre está “um pouquinho melhor”.

“Acho que a grande dúvida é o segundo semestre, o quanto de recuperação de serviços já veio, quanto vai vir”, disse Campos Neto. “Mas a gente acha que, olhando o tema da vacinação, vai nos proporcionar uma abertura, uma possibilidade de abertura maior no segundo semestre.”

Ele acrescentou que a economia parece estar reagindo melhor à segunda onda da pandemia, mesmo com os índices de hospitalizações e óbitos mais severos do que o visto na primeira onda, no ano passado.

O presidente do BC disse, ainda, que ao promover uma alta de juros acima do esperado pelo mercado, a intenção foi conter a disseminação da inflação. O Copom (Comitê de Política Monetária) promoveu duas altas de 0,75 ponto percentual na taxa Selic desde março, a 3,5% ao ano, e indicou a intenção de promover um terceiro aperto da mesma magnitude em junho.

Além disso, questionado por parlamentares na Comissão Temporária de Acompanhamento da Covid-19 no Senado, o secretário Especial de Fazenda, Bruno Funchal, destacou na segunda a melhora das expectativas para o crescimento econômico, citando maior arrecadação dos Estados, mas ressalvou que a continuidade desse movimento depende de contas públicas organizadas.

O secretário citou o salto das projeções do mercado financeiro para a expansão do PIB neste ano, de 3,52% uma semana atrás para 3,96% na segunda, conforme a pesquisa Focus do Banco Central.

“São notícias boas, e essa janela de crescimento, de crescimento maior e mais sustentável, ela é muito vinculada a essa nossa organização fiscal (…) “Claro que a pandemia fez a gente gastar mais. Mas o que a gente precisa agora é mostrar que no futuro a gente vai manter as contas públicas organizadas. Reflexo disso é uma melhor base para a recuperação econômica”, disse.

No campo das reformas, os presidentes da Câmara e do Senado divergem sobre o avanço da administrativa. Arthur Lira (presidente da Câmara) disse ontem, em tom mais otimista, que ela deve vir antes da reforma tributária, enquanto Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) se mostrou mais pessimista.

Segundo o Estadão, após o Broadcast apurar que Paulo Guedes disse a Rodrigo Pacheco, na semana passada, que o presidente Jair Bolsonaro não apoia a reforma administrativa e não vai trabalhar pela aprovação da proposta, o ministro da Economia ligou para o presidente do Senado para dizer que, sim, o chefe do Planalto apoia as mudanças.

De acordo com o Ministério da Economia, a ligação foi feita no fim da tarde para reforçar o apoio presidencial à reforma nas regras do funcionalismo público. Questionada pela reportagem sobre o motivo de Guedes ter dito na semana passada a Pacheco que Bolsonaro não apoiava as mudanças, a Economia disse apenas que “esse assunto já foi superado quando Bolsonaro deu o aval para o envio da proposta ao Congresso Nacional”.

Ainda no radar, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, se filiou na segunda-feira ao Patriota. O presidente Jair Bolsonaro segue sem partido e já tentou, sem sucesso, a criação de uma nova legenda.

Com a filiação de Flávio ao Patriota, cresce a expectativa de que Jair Bolsonaro faça o mesmo movimento. Na semana passada, após a desfiliação do Republicanos, o senador disse que seguiria os passos do pai na escolha de um novo partido.

Radar corporativo

A Itaúsa, holding dona do Itaú Unibanco, informou na segunda-feira que fará um investimento adicional de R$ 1,2 bilhão na companhia de saneamento Aegea. A Itaúsa explicou que operação foi acordada com os demais acionistas da Aegea e será feita por meio de um aporte de capital com emissão de ações preferenciais classe D da Aegea, conversíveis em ações ordinárias, e aporte de capital com emissão de ações preferenciais classe A com direito a voto em sociedades de propósito específico (SPEs).

Os aumentos de capital vêm após o consórcio com a Aegea, ter vencido o leilão para concessão dos Blocos 1 e 4 da companhia de saneamento fluminense Cedae, no fim de abril.

Com o novo investimento, a Itaúsa passará a deter 10,2% do capital votante da Aegea, sendo 34,57% das ações preferenciais classe D e 5,54% das ações preferenciais classe A das SPEs.

Já a Petrobras informou na véspera que foi efetivada a renúncia do conselheiro de administração Marcelo Gasparino da Silva, que havia sido eleito por meio de processo de voto múltiplo em assembleia de acionistas ocorrida em 12 de abril.

A renúncia de Gasparino, representante de minoritários, foi inicialmente comunicada apenas quatro dias após a assembleia, depois de o conselheiro afirmar que renunciaria para provocar nova eleição do colegiado, alegando problemas nos procedimentos da assembleia que o elegeu.

Além disso, a Petrobras obteve licença do órgão ambiental federal Ibama para a instalação da segunda plataforma definitiva do campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, e para seu sistema de coleta e escoamento associado, de acordo com publicação no Diário Oficial da União de segunda.

A licença tem validade até 12 de maio de 2025. A plataforma Mero 2, chamada de FPSO Sepetiba, está prevista para entrar em operação em 2023, de acordo com o plano de negócios da empresa.

A maior processadora de frango do Brasil, BRF, disse que as carnes cultivadas que estão em desenvolvimento em parceria com uma empresa israelense podem estar disponíveis comercialmente em 2023 ou 2024, de acordo com o CEO da companhia, Lorival Luz.

A carne cultivada é produzida in vitro usando células animais ao invés do abate. O método é sustentável, utiliza menos água por exemplo, disse o executivo durante um painel de alimentos sustentáveis realizado na última segunda-feira.

Já a companhia de alimentos JBS foi alvo, no último domingo, de um ataque cibernético organizado que afetou servidores que dão suporte a seus sistemas de TI na América do Norte e na Austrália, informou a companhia nesta segunda-feira, admitindo a possibilidade de atrasos em algumas transações devido ao incidente.

Segundo comunicado publicado pela JBS, foram tomadas ações imediatas após o ataque, com a suspensão de todos os sistemas afetados, a notificação de autoridades e a ativação da rede global de profissionais de TI da companhia, além de especialistas externos, para resolução do problema.

A empresa disse que seus servidores de “backup” não foram afetados pelo incidente, acrescentando que trabalha para restaurar os sistemas o mais rápido possível.

Informações: Infomoney com Reuters e Estadão Conteúdo