É hoje a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos. Investidores dos quatro cantos do mundo aguardam este momento para entender se as pressões nos preços são temporárias mesmo, como diz o Fed, ou se é estrutural e já tomou proporções preocupantes.
Na última ata divulgada do Fed, o banco central americano deu indícios de que pode repensar sua política de compra de títulos, caso a inflação continue apresentando números altos.
Essa novela começa às 9h30min (horário de Brasília), que é quando o CPI será divulgado. Nesta manhã, os futuros americanos abriram com resultados variados entre si.
Já as bolsas europeias apresentam sinais de queda, enquanto as asiáticas já fecharam, mas grande parte em alta. Todos de olho nos sinais do Federal Reserve. Parte dos investidores esperam que o Fed reduza os estímulos financeiros de compra de títulos e aumente as taxas de juros.
Por outro lado, há quem deseje a manutenção da política atual, devido a recuperação econômica que ainda é incerta. Porém, o ritmo de vacinação e arrefecimento das restrições aos negócios e à circulação seguem firmes no gigante norte-americano.
Até quarta-feira (9) cerca de 51,45% da população americana já estava imunizada com a primeira dose e 42,8% com as duas doses. Na agenda internacional do dia, além dos indicadores de inflação americanos, também teremos os dados semanais de auxílio-desemprego por lá.
Na Europa, o BCE deve atualizar suas projeções trimestrais para inflação e crescimento por lá também. Assim como nos EUA, o juros europeu está zerado e o programa de compra de títulos elevado, na casa dos 1,85 trilhão de euros, que é como o mercado deseja que se mantenha.
No campo das commodities, o destaque da vez é o minério de ferro, que subiu cerca de 4% no mercado futuro Dalian, na China. De acordo com a Reuters, há preocupações com o nível de oferta do metal.
Já o petróleo, continua nos níveis mais altos dos últimos dois anos, cotado a US$72,41 o barril tipo Brent e US$ 70,05 o barril tipo WTI.
Cenário interno
Na quarta (9), o IBGE divulgou os dados do IPCA de maio, que vieram com o nível mais elevado para o mês em 25 anos. A inflação apresentou aumento de 0,83% em maio frente aos 0,31% de abril.
Em 12 meses, o indicador apresentou um acúmulo de 8,06% de alta. Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, o país enfrenta um cenário desafiador em termos inflacionários.
Ele afirmou nesta quarta-feira, em evento remoto promovido pelo Brazil-Florida Business Council, que é provável que a alta nos preços registre um pico nos meses de junho e julho.
Já no cenário político, a CPI da Pandemia está rendendo. Após acionar o STF contra sua convocação na última terça-feira (8) o governador do Amazonas, Wilson Lima, conseguiu autorização para não comparecer à comissão parlamentar, visto que ele é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
A ministra Rosa Weber ainda acrescentou em sua decisão de habeas corpus que, caso for, Lima poderá se manter em silêncio para não se autoincriminar. Wilson Lima seria o primeiro governador a depor na CPI.
Outros governadores também acionaram o STF para não comparecerem ao colegiado. Na agenda econômica do Brasil, hoje teremos a divulgação de mais um indicador de inflação, desta vez o IGP-M, da FGV-IBRE, que entregará a primeira prévia de junho.
Informações: Trademap