No último domingo, o estado do Rio Grande do Sul foi palco de um espetáculo meteorológico impressionante, com quase 400 mil raios registrados em um único dia. Essa impressionante atividade elétrica foi desencadeada por áreas de instabilidade alimentadas por ar quente e úmido que se formaram sobre o estado desde o início do dia e ganharam intensidade durante a noite, devido à atuação de uma área de baixa pressão atmosférica.
Dados coletados pela MetSul Meteorologia a partir do sensor GLM (Geostationary Lightning Mapper) do satélite meteorológico GOES-16, da NOAA e NASA, revelaram que o Rio Grande do Sul testemunhou um total de 377.948 descargas elétricas entre 0h de domingo e 0h de segunda-feira.
As condições atmosféricas, caracterizadas por calor intenso e alta umidade, propiciaram a formação de nuvens com grande desenvolvimento vertical, resultando em chuvas torrenciais, granizo e rajadas de vento em algumas regiões, especialmente no norte do estado.
Os municípios que lideraram o ranking de ocorrências de raios no domingo foram Uruguaiana, Alegrete, São Borja, Itaqui, Livramento, Tupanciretã, Quaraí, Bossoroca, Rosário do Sul e São Miguel das Missões.
É importante notar que a vasta extensão territorial de municípios do oeste, como Quaraí, Uruguaiana e Alegrete, contribuiu para suas posições de destaque nessa lista. A maior concentração de raios ocorreu na metade norte do estado, onde a maioria dos municípios é de menor extensão territorial e, portanto, não figurou entre os mais afetados.
A Defesa Civil de Cachoeira do Sul recebeu um chamado no domingo para atender a uma ocorrência em uma residência no interior do município, que foi atingida por um raio. O imóvel sofreu danos no telhado, queda e queima do forro de PVC, bem como danos na rede elétrica. Felizmente, o morador não sofreu ferimentos e foi acomodado na casa de parentes.
A instabilidade persiste no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, com um foco maior de descargas elétricas na metade norte do estado. Essa situação é resultado da influência de uma baixa pressão atmosférica e de um rio atmosférico, que trazem uma grande quantidade de umidade.
Além disso, a passagem de uma frente fria pelo território gaúcho está contribuindo para a continuidade das tempestades, com volumes de chuva extremamente elevados, que já causaram inundações graves em algumas áreas, especialmente no Planalto Médio e parte da Serra.
Informações: MetSul e POA24h
