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FORMAÇÃO DE CICLONE NO SUL DO BRASIL PODE TRAZER ATÉ 500 MM

O episódio de chuva extrema que durará até a metade da semana, e que a MetSul advertiu vai trazer acumulados excepcionais de precipitação entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, teve início ontem e em poucas horas já proporciona acumulados elevados de precipitação em pontos dos estados gaúcho e catarinense com marcas superiores a 100 mm.

Conforme dados da estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia, do Centro Nacional de Desastres e da Epagri-Ciram, os volumes até o final da manhã deste domingo já atingiam 105 mm em Vacaria, 79 mm em Serafina Correa, 69 mm em Lagoa Vermelha, 63 mm em Saudades e 62 mm em São Joaquim.

Hoje, a chuva não é excessiva e os volumes maiores ocorrem no Oeste catarinense e em pontos da Metade Norte gaúcha com 30 mm a 40 mm nos locais em que mais chover. Na maioria dos municípios destas áreas, os índices devem ficar entre 10 mm e 20 mm.

O pior da chuva, entretanto, ocorre entre amanhã e quarta-feira no Sul do Brasil com previsão de acumulados de precipitação extremos. A instabilidade vai se intensificar com muita chuva e vento pela formação de um ciclone na região que gerará nuvens muito carregadas com aporte de umidade vinda da Amazônia.

A chuva nesta segunda-feira tende a ser mais volumosa na Metade Norte do Rio Grande do Sul, no Planalto Sul Catarinense e no Sul de Santa Catarina com 100 mm a 150 mm em alguns pontos, o que deve trazer transtornos. Mais ao Norte de Santa Catarina e na Metade Sul gaúcha não são esperados altos volumes.

O cenário se deteriora muito entre o Nordeste do Rio Grande do Sul e o Sul de Santa Catarina entre terça e quarta-feira, dias que serão de muita chuva e que vão se somar a prováveis acumulados de até 100 mm a 250 mm já registrados com a chuva de ontem, hoje e da segunda.

Entre os dois dias, vórtice ciclônico começa a se organizar em um ciclone, o que resultará em vento por vezes forte e chuva forte mais generalizada que será muito intensa e excessiva com altos acumulados que podem atingir de 100 mm a 250 mm em 24 horas em alguns pontos principalmente do Nordeste gaúcho e do Sul catarinense.

Na quinta, o episódio de instabilidade vai chegar ao fim com chance de chuva em pontos muito mais próximos da costa, bem menos volumosa, com a melhora do tempo na maior parte do Sul do Brasil com o ingresso de ar seco que vai proporcionar a presença do sol na esmagadora maioria dosa municípios da região.

O que realmente preocupa é a sucessão de dias com chuva volumosa e os acumulados finais que vão ficar entre 200 mm e 300 mm em muitas cidades com registros pontuais tão extremos como 400 mm a 500 entre o Nordeste do Rio Grande do Sul e o Sul de Santa Catarina.

Nas saídas deste domingo de madrugada e de manhã, todos os modelos numéricos regionais e globais insistem em indicar um cenário de chuva extrema. As projeções sinalizam os mais altos volumes para a Metade Norte gaúcha e o estado de Santa Catarina.

A chuva tende a ser mais expressiva principalmente no Planalto Médio, Alto Uruguai, Serra, Litoral Norte e Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul; e no Sul e no Leste do estado em Santa Catarina. Outras regiões dos dois estados e até pontos do Paraná, contudo, também podem ter acumulados pontualmente elevados de precipitação no período.

Os mapas acima mostram as projeções de chuva do modelo meteorológico Icon e do modelo europeu (ECMWF), disponíveis ao nosso assinante na seção de mapas com até quatro atualizações diárias, com dados da rodada da 0Z de hoje, e os acumulados de precipitação previstos no Sul do Brasil até o final deste episódio de instabilidade.

Como se observa, a maior probabilidade de chuva excepcional é entre o Nordeste do Rio Grande do Sul e o Sul de Santa Catarina com índices de 300 mm a 500 mm. Os dados na última rodada aumentaram ainda os volumes para a área de Florianópolis.

Já para Porto Alegre reduziram as projeções de chuva, mas possivelmente voltarão a indicar aumento da chuva para a capital gaúcha. Haverá períodos de chuva forte a torrencial nas áreas de maior risco principalmente quando a baixa pressão passar a se aprofundar e atuar na costa na terça e na quarta-feira.

A queda da pressão vai estimular nuvens de grande desenvolvimento vertical e uma maior instabilidade atmosférica, gerando episódios de chuva extrema em curto período. Haverá ainda o vento acrescentando a componente de chuva orográfica (associada ao relevo) que pode levar a acumulados até mais altos em alguns locais do que os projetados pelos modelos, especialmente em áreas de Serra e próximas no Nordeste gaúcho e no Sul e Leste catarinense.

Por isso, a MetSul Meteorologia está advertindo que a chuva vai trazer muitos problemas e se configura em uma situação meteorológica de grave perigo com altíssima probabilidade de que se registrem alagamentos e inundações em zonas urbanas e rurais, deslizamentos de terra, cheias de rios, queda de barreiras, bloqueios parciais ou totais de rodovias por inundações ou desmoronamento de terreno, dentre outros riscos.

Informações: MetSul Meteorologia