Após a ata do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) indicar que os juros americanos subirão mais rápido do que o esperado, analistas ouvidos pelo Boletim Focus elevaram sua projeção para a taxa de juros básica, a Selic, para 11,75% ao ano no final de dezembro.
Se a aposta se confirmar, o ano terminará com a maior taxa desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. A expectativa anterior era que os juros escalassem do patamar atual, 9,25% ao ano, para 11,50% ao ano em dezembro. Em um cenário de subida maior do que o esperado das taxas de economias como a americana, a tendência é que o Banco Central tenha que elevar mais os nossos juros para evitar que uma saída maior de recursos pressione o câmbio e a inflação.
Os especialistas voltaram a reduzir suas expectativas para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de alta de 0,36% para expansão de 0,28%. Para 2023, as apostas para a inflação se reduziram de 3,41% para 3,36%, enquanto as expectativas para a alta do PIB se reduziram de 1,80% para 1,70%.
O que é a pesquisa Focus?
O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.
O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.
O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.
Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.
Informações: Trademap