A suspensão temporária da cogestão, pelo governador Eduardo Leite, obriga todos os municípios gaúchos a adotar os protocolos da Bandeira Preta do Mapa de Distanciamento Controlado a partir deste sábado.
Na prática, significa que poderão funcionar apenas serviços essenciais, como órgãos públicos, supermercados, farmácias e postos de combustíveis e, ainda assim, com muitas restrições.
Embora seja um defensor da autonomia dos municípios na adoção de regras que levem em conta as realidades locais e tenha trabalhado intensamente por isso, o prefeito Gustavo Zanatta não irá contestar a decisão do governador neste momento.
Primeiro, porque não existe margem para isso. Em segundo lugar, porque a situação atingiu o mais alto nível de gravidade desde a eclosão da pandemia, em março de 2020.
“Infelizmente, muitas pessoas não colaboraram, negligenciando o uso da máscara e participando de aglomerações. Agora todos terão de fazer sacrifícios”, lamenta.
Desde que a Covid-19 se tornou uma realidade, há 11 meses, vêm se alternando períodos de maior e menor contágio.
Em fevereiro, chegou-se ao pior momento, com 16 mortes em menos de 30 dias em Montenegro. “Já temos filas de espera por leitos nas UTIs dos hospitais da cidade e a estrutura de atendimento na Secretaria da Saúde está no limite”, aponta Zanatta.
“Se não fizermos nada, o número de óbitos será muito maior”.
Na manhã desta sexta-feira, o prefeito esteve reunido com a secretária municipal de Saúde, Cristina Reinheimer, e outros integrantes do governo para avaliar o quadro.
A conclusão é que existe tendência de piora nos primeiros dias, por conta do retorno de muita gente das férias e das aglomerações que ocorreram no feriadão de Carnaval.
“É que o vírus pode ficar incubado por até sete dias. Então é a partir de agora que que começam a surgir os primeiros sintomas”, esclarece a secretária.
A expectativa é que o avanço da Covid-19 possa ser freado após alguns dias de Bandeira Preta e com o aumento da vacinação, que ainda é muito lento em virtude da falta de imunizantes.
“É lógico que não queremos prejudicar o comércio ou qualquer outro segmento. Quanto mais pessoas colaborarem agora, ficando em casa ou saindo somente em caso de máxima necessidade, mais cedo as atividades econômicas voltarão a operar”, conclui o prefeito.
Informações: Acom