O IDI-RS (Índice de Desempenho Industrial), divulgado nessa segunda-feira (4) pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), cresceu pelo terceiro mês consecutivo em agosto, 1,9%, ante julho. Com mais este resultado positivo, o acumulado no período desde junho alcançou 4% de aumento, recuperando a queda de 3,4% entre março e maio, e ficando 7,7% acima do nível anterior à pandemia, em fevereiro de 2020.
“Os indicadores confirmam que a indústria gaúcha retomou o processo de recuperação interrompido em março deste ano pelo retorno das restrições econômicas e sanitárias em razão da segunda onda da Covid-19. Contribuíram para essa retomada o avanço da vacinação, com a consequente diminuição da pandemia, e a flexibilização das restrições, que ajudaram a atividade industrial a voltar a crescer, apesar das dificuldades impostas pelos gargalos na oferta e na elevação de preços dos insumos e matérias-primas”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, reforçando que a expansão da demanda externa e do agronegócio também contribuíram para o bom resultado.
O IDI-RS cresceu impactado principalmente pelos 13% de elevação das compras industriais, mas também houve aumento de 0,4% nas horas trabalhadas na produção, de 0,6% no emprego, o 15º seguido; e alta de 0,8% na massa salarial real.
Em contrapartida, o faturamento diminuiu 1,1% e a utilização da capacidade instalada, em 83,3%, recuou 0,8 ponto percentual ante julho. “A tendência para o setor segue positiva para o restante do ano, mas a incerteza aumentou com a aceleração da inflação e dos juros e novas pressões sobre os custos de produção pela crise hídrica, cenário que afetou a confiança do industrial gaúcho em setembro”, afirma o presidente da Fiergs.
Nas comparações anuais, a atividade industrial no RS subiu de forma expressiva em agosto, 14,8%, acumulando crescimento recorde de 16,8% nos primeiros oito meses na comparação ao mesmo período de 2020, resultado afetado pela base deprimida pela pandemia no ano passado. Na comparação com 2019, o crescimento acumulado no ano foi menor: 5,5%.
O principal vetor desta alta foi, novamente, as compras industriais, que avançaram 41%. Destaque ainda para o desempenho positivo das horas trabalhadas na produção (19,1%), do faturamento real (14,3%) e da utilização da capacidade instalada (mais 7,6 pontos percentuais).
Com essa expansão, os efeitos foram positivos para o mercado de trabalho da indústria: o emprego cresceu 6,4% e a massa salarial real, 4,8%.
Crescimento por setor
Além da intensidade, o nível de atividade subiu de forma disseminada na indústria. Entre os 16 setores pesquisados, houve queda somente em Máquinas e materiais elétricos no ano, 0,8%. A principal influência positiva veio da indústria de Máquinas e equipamentos, com aumento de 36,3%, puxada por Máquinas e implementos agrícolas (41,1%).
Em menor medida, outros setores forneceram contribuições relevantes, como Químicos e derivados de petróleo, 11,7%, Produtos de metal, 27,4%, Veículos automotores, 22%, e Couros e calçados, 15,8%.